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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Filósofos Modernos I

Giordano Bruno - Renascimento
É a maior expressão do imanentismo renascentista. Nasceu em Nola em 1548. Acusado de heresia e afastado de sua ordem, iniciou uma vida giróvaga através da Europa. De volta a Veneza, foi processado pelo tribunal da Inquisição e reconheceu os seus erros. Entregue à Inquisição romana, foi de novo processado; mas, desta vez, recusou qualquer retratação e foi condenado à morte, que lhe foi infligida em 1600.
As obras principais de Bruno são: De la causa principio e uno; De l'infinito, universo e mondi; Eroici furori; De immenso et innumerabilibus. As fontes de Bruno são: o monismo eleático e heraclíteo; o atomismo democríteo; o panteísmo estóico; o emanatismo neoplatônico; o naturalismo telesiano.
A metafísica de Bruno é decididamente monista, pampsiquista e pan-materialista. A realidade é una e infinita, constituída por dois princípios fundamentais, ativo um - a alma do mundo -, passivo o outro - a matéria. São dois aspectos da mesma substância. A alma do mundo é concebida como sendo inteligente, ordenadora do mundo; mas não é transcendente, como o motor primeiro de Aristóteles e o Deus do cristianismo, e sim imanente ao mundo, de que é precisamente a alma. O Deus de Bruno é, pois, esta alma do mundo, concebida como imutável e infinita, gerando eternamente o mundo finito e que se acha em perpétuo vir-a-ser. As almas particulares não passam de individuações passageiras dessa alma cósmica. Acima desse Deus imanente, também Bruno afirma a existência de um Deus transcendente, apreendido só por fé, trata-se, porém, de uma fé imanente naturalista, bem diversa da fé cristã.
Com a metafísica de Bruno estão em conexão a sua gnosiologia e a sua moral. Na sua teoria do conhecimento Bruno distingue - neoplatonicamente - quatro graus, em ordem hierárquica ascendente. São eles: os sentidos, cujo objeto é o sensível, e a verdade que manifesta é mera aparência; a razão, mediante a qual a verdade é atingida por processo dialético, discursivo, sucessivo; o intelecto, que tem a intuição imediata da verdade; a mente, que atinge a verdade na sua unidade e simplicidade absoluta.






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