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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ética

Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.
Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cristãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc.
O que é ética, afinal? A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Estes possuem seuss próprios códigos éticos. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos.Como exemplo a ética médica, a ética de trabalho, a ética empresarial, a ética educacional, a ética nos esportes, a ética jornalística, a ética na política, etc.

Os filósofos da Antiguidade Clássica II

Platão:

Discípulo de Sócrates, Platão e a sua filosofia determinaram as principais noções ocidentais sobre República e Ética.
Estudou sobre a metafísica, cosmologia, ética, epistemologia e formas de governar. Ao descrever as etapas de um regime governamental, Platão descreve esse processo em cinco etapas: 1- O governo dos filósofos ou aristocracia que ele define como o governo dos mais capazes (para ele o regime perfeito, correspondendo ao ideal do filósofo-rei que reúne poder e sabedoria em uma só pessoa); 2- A timocracia, regime fundamentado sobre a honra; 3- Oligarquia, fundamentado sobre a riqueza; 4- Democracia que se fundamenta sobre a idéia de igualdade; 5- Tirania que se funda no desejo do tirano e representa o fim da política porque nele são abolidas as leis. Esse estudo está reunido em sua obra célebre “República”.
Em sua obra mais instigadora “Alegoria da Caverna”, faz um paralelo de dois mundos: o mundo das sombras – mundo das falsas verdades, da ilusão; e o mundo da luz – mundo inteligível, mundo da verdade. Nessa caverna os homens vivem presos e sob a falsa luz, até que um dia um filosofo foge e enxerga o mundo como ele realmente é. Uma de suas características é tornar outros filósofos personagens conceituais, como faz em Alegoria. Sócrates dialóga com seu irmão
Platão acreditava que o papel do filósofo é amar conhecer todas as coisas e não somente algumas coisas e somente é possível conhecer as coisas que são pois o que não é, não é também cognoscivel. O ser é a ciência que é o verdadeiro conhecimento e o não ser é a ignorância. A opinião é o meio termo entre o conhecimento e a ignorância. A arte imitativa, como a pintura e a poesia, são condenáveis por serem somente ilusões. A pintura representa uma imitação de uma pequena parte da aparência dos objetos e a poesia vai representar somente uma parte da alma que são as emoções. Ambas são imitações incompletas e de pouco valor.

Os filósofos da Antiguidade Clássica I

Sócrates:

Diferentemente de todos os filósofos, Sócrates ensinava filosofia em lugares públicos. Seus ensinamentos foram repassados pelos seus discípulos, principalmente por Platão.
A missão de Sócrates é conhecer a realidade humana, investigar o homem e a sua alma. A filosofia deve levar o homem a conhecer a si mesmo, conhecer os seus limites, as suas possibilidades. Busca a justiça e a solidariedade. A relação do homem com ele e com os outros e a relação dos outros com ele. Para ele o limite de sua sabedoria era a sua própria ignorância. Só sei que nada sei. Os erros que cometemos em nossa vida são culpa da nossa  ignorância. Não se proclamava sábio e tentava fazer com que as pessoas se sentissem ignorantes e que admitissem a sua ignorância e fazia isso através do perguntar e do questionar, Sócrates tanto fez isso que conquistou diversas inimizades.
Busca responder a questão de qual é o ser, a natureza última, a essência do homem. A essa pergunta Sócrates responde que o homem é a sua alma, e a alma do homem é a sua razão. A alma do homem é a sua consciência. A alma é o que dá ao homem a sua personalidade intelectual e moral.
Como meio de ajudar os homens a se conhecerem, criou o método da Maiêutica. Os homens seriam os responsáveis por “parirem” suas idéias, seus conhecimentos.
Não era favorável a aristocracia democrática, pois acreditava que somente os filósofos seriam capazes de governar.


Onde tudo começou

A filosofia nasce em Mileto, região pertencente à Turquia. Colônia grega, Mileto é uma cidade portuária e por ser porto tinha grande circulação de pessoas de diversos locais e de idéias diversas. Isso em si não justifica o surgimento de uma nova maneira de pensar, mas favorece.
Esses filósofos eram chamados de pré-socráticos. Fundaram a filosofia criando um pensamento independente das idéias tradicionais e das crenças costumes da época. Eles começaram a se perguntar sobre o fundamento e a origem das coisas. Esses questionamentos não encontram parâmetro em nenhuma outra sociedade. Esta forma de pensar está na base de todo desenvolvimento conhecido pelo mundo ocidental, em especial no desenvolvimento das ciências.
Mileto ficava na Jônia, por isso diz-se que esses filósofos pertenceram a Escola Jônica. .

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Reflexão sobre o amor

-- Quero o que Dorota e Vanya tem. Amor verdadeiro... simples e real.
-- Ficaria entediada em 5 minutos.
-- Melhor entediada que envergonhada. Faria tudo por você, Chuck. Mas e se isso for errado? Nunca pensei que fosse possível amar alguém tanto assim, mas talvez seja. Não gosto do que me tornei com você.


(Diálogo entre Blair e Chuck, seriado Gossip Girl. 3ª Temporada, 18º episódio)





"Que pode uma criatura senão, / entre criaturas, amar?". (Drummond)

Em O Banquete, Platão afirma ser o amor a principal motivação da filosofia; que o ser humano busca a imortalidade através da pessoa amada, a chamada procriação. O amor, para ele, é um princípio cósmico. Uma escada, que pode nos levar a dimensões maiores. O primeiro degrau dessa escada, para a maioria das pessoas, encontra-se na forma do amor físico; a atração avassaladora. Contudo, permanecer nesse degrau é estagnizar; contentar-se com o pouco, quando na verdade, você pode o muito. Quando nos apaixonamos, a sensação que toma conta de nós é de que aquela pessoa é o centro do universo. E é assim que deve ser. O que se deve é enxergar não apenas aquela pessoa, mas todo o universo ao redor dela.

Uma paixão sem interesses; real. Sincera. O amor pela beleza que tudo aquilo representa. O amor pelo belo e tudo que ele representa. A elevação, ascenção ao último degrau da escada. Lá, o que existe é bem maior que o amor físico. É o amor platônico; a realização plena, a união de almas. Um sentimento que não causa vergonha, nem arrependimento. Mas sim, uma sensação de complemento.

Sempre ocorrem mudanças em um relacionamento. E sempre é bom refletir sobre elas; se elas estão levando ao último degrau, a consumação real do sentimento. O que vem acontecendo no mundo de hoje é uma banalização da palavra amor. Uma simples aceitação de um conceito que foi deturpado ao passar dos anos; amor que te envergonha não é amor. É necessário uma repropagação do sentimento; do real significado do sentimento. Um resgate aos valores que Platão nos deixou. O amor move o mundo; e, hoje, o mundo está parado.

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"Teu rosto brilhava na pouca luz da lua. Um pequeno barco passava próximo, quase imperceptível como um sussurro. Ela falava algo do dia que havia passado, contando a bons risos uma história
que um colega de trabalho lhe havia dito. Olhava-me com aqueles olhos reduzidos  pelo sorriso largo de quem está à vontade. O vento trazia-lhe para os lábios os cabelos soltos, todavia não se intimidava, e discorria seu relato tão bom de ser ouvido, que eu me sentia feliz não porque o achava engraçado, mas por achar engraçadinho como ela o contava. Pousava às vezes em meu colo suas mãos inquietas e pequeninas, deixava pender sua cabeça até tocar meu ombro,  me olhando com algum interesse.  De repente calou-se, dando a perscrutar a lua como se eu não existisse...
Num átimo voltou a perceber-me ao seu lado, mas dessa vez não falou mais nada.  Apenas deitou em meu ombro seu rosto mudado,  pondo suas mãos sobre as minhas. Pediu desculpa não sei pelo quê e fechou os olhos. Lentamente foi entrelaçando seus dedos nos meus, resvalando o polegar sobre as articulações dos meus dedos. E foi assim que nos unimos, naquela noite, em felicidade e tristeza.
Da gargalhada à introspecção do silêncio, fomos cúmplice um do outro, fomos criança, fomos espontaneamente vivos."


(Desconhecido)